Medo de estragar a lembrança
Voltar a planos céticos, que vêem a tona numa possível realidade minha, só.
Deixar na lembrança a negação da amizade, jamais iniciar a conversa, apenas história de amor.
Desculpa de cego, querendo ser mudo, para não falar do que finge não ver. Estranheza.
Por trás da câmera fotográfica o olhar nunca é ingênuo. Revelada, a beleza de se sentir visto. E fica por isso mesmo, e mesmo assim não sai da cabeça.
Esqueço porém, do lado oculto do abraço, de qualquer outro lado. Fecha-se o ciclo, continua a insistência de não ser enterrado.
Olhos ardidos de dor, raiva.
Pensamentos soltos. Descontinuados, oscilantes, incertos, incompatíveis e indiscutíveis.
Querência de palavras, escritas, faladas.
Essência de tédio, desejo de vazio ainda maior.
Distância permitida e suplicada pela incerteza de sentidos.
Desespero para voltar para ainda mais longe, onde a memória não alcança e o olhar nunca vai.
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